Direitos do Cadáver
Os ritos fúnebres na poesia épica e trágica na Grécia Antiga
Este livro se estrutura a partir de um duplo objetivo: em primeiro lugar, procura, ao longo da Ilíada e da poesia trágica do século V a.C, destacar as várias referências aos modos de homenagem e honra aos mortos, assim como o seu oposto, ou seja, os modos de ultraje e desonra dos cadáveres. Nesta tarefa, o livro busca identificar elementos relacionados às homenagens aos mortos, bem como os expedientes utilizados para negar honra e ultrajar os mortos (mutilação do cadáver, exposição ao sol e aos animais, dentre outros). Em segundo lugar, o trabalho procurar associar tais procedimentos empregados para honrar/desonrar os mortos com a afirmação das hierarquias sociais e dos códigos de comportamento que embasam a autoridade das aristocracias guerreiras, no período homérico, ou para reforçar os vínculos dos cidadãos com a polis, no período clássico. Sejam os corpos dos heróis mortos retratados em Homero, seja na tragédia os mortos estão sempre, na poesia grega antiga, a reclamar seu géras, suas honras, seus direitos.
